quarta-feira, 15 de setembro de 2010

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Geografia(s) da Europa...

Esta pausa estival permitiu-me ir de encontro de geografias, histórias, estórias, terras, gentes, recantos e encantos... do coração da Europa!

Estes dias, deambulando pelo velho continente, permitiram descobrir experiências, sempre a cada momento, engrandecedoras, enriquecedoras, que nos incorporam tomando a forma de nós mesmos... fazendo parte daquilo que, agora, somos!

Mais do que 1000 palavras, algumas imagens podem ilustrar vidas, paisagens, momentos, flashs de vivências e experiências únicas.

Olhem só... Lembram-se do Danúbio Azul. Ei-lo captado pela minha câmara. Uns dizem que só o vê azul quem está bêbado, ou apaixonado. Garanto-vos que nunca estive alcoolizado.

Esta foto, do quarto do hotel em Budapeste, foi um captar de um momento quase único, pois o mesmo rio jamais se deixou ver nessa cor.

Melhor do que a foto, apenas a imagem real que perdurará por muitos anos na memória.

O périplo iniciou-se em Praga (Rep. Checa). Esta cidade, sede de protagonismo em demasia em tempos idos, continua a "jorrar" memórias, testemunhos, episódios que nos prendem em cada canto, para cada lugar que se olha. Sejam palácios, igrejas, catedrais, capelas, ordens religiosas (uma infinidade, um exagero, tanto mais para quem se diz o "povo mais ateu do mundo"!), pontes, torres, brazões, estátuas, encantos vários... tudo arranjadinho muito ao jeito do "small is beatiful" que permite em percursos pedestres ligeiros, explorar todos os encantos e misticismo... e quão mística se mostrou Praga! Todas as pedras, todos, os edifícios, todas as arcadas, todos os pináculos têm uma lenda associada. Em cima deixo o símbolo maior de Praga, aquilo que lhe confere ainda mais originalidade - a famosa Torre do Relógio Astronómico, que de hora em hora, aglutina junto se si milhares de pessoas, para assistir ao espectáculo também ele místico, com esqueletos a tocar o sino, com santos e outras figuras a deambular diante de nossos olhos.

Tudo explorado e ... a viagem continua. Deixando Praga para trás, rumando em direcção a Brno, passando por Lednice (património da Humanidade, outrora porção de território do Liechestein... hoje disputado juridicamente) até chegar a Bratislava, depois de atravessada a fronteira, que há bem pouco tempo não o foi, chegamos à Rep. Eslováquia. Com sua capital a transpirar ternura, num estilo minimalista, percebe-se as diferenças em relação aos anteriores companheiros de pátria. Há independências que se percebem de forma clara, num estilo "muito mais é o que nos separa do que aquilo que nos une".


Em breves instantes e quase que, bastando esticar o pé, conseguimos tocas em 4 países: Rep. Checa, Eslováquia, Hungria e Áustria. Mas o rumo conduziu-nos até à Hungria, mais precisamente a Gyor. Cidade também ela abençoada pelo Danúbio, que nos acompanha desde Bratislava, corresponde a uma cidade média num misto entre história e modernidade, cuja serenidade se faz sentir. Primeira hipótese de provar o Goulash, mas com os 40º teve de ficar para outra altura.

O caminho faz-se caminhando e a viagem teve de seguir... Budapeste esperava-nos! Eis que o entardecer nos fez chegados à outra capital imperial, para os locais... a grande capital imperial. Se é, ou foi, a maior capital imperial, deixo para os historiadores descobrirem. Foi para mim, a capital desta viagem. Foi a maior surpresa de todo este percurso. Uma coisa de "paixão", um enamoramento, uma química que ía sentido ao conhecê-la, hora após hora, canto após canto, luz após luz...

Budapeste possui uma grandiosidade milenar, possui monumentos imponentes, únicos espalhados um pouco por toda a cidade. Esta grandeza não pode ser dissociada dos tempos áureos do Império Austro-Húngaro, em que Budapeste dividia o protagonismo com Viena, como capital do Império. Dividia o protagonismo mas não o coração do imperador, este pró-Viena, não era correspondido nessa paixão, pela imperatriz - a famosa Sissi, que tinha em Budapeste todo o luxo e requinte que pretendia.

Mas Budapeste não é só história, não é só grandiosidade, não é só palco onde tudo aconteceu: guerras, batalhas, disputas, revoltas, a cidade é mística, feiticeira, alternativa! Óptima para andar a pé, saltando de margem em margem do rio mais europeu -Danúbio, também ele mágico, elegante e cultural.

Falta o pulinho até à àustria (continua...)

Para terminar a viagem: última paragem: Zurich! Aqui, terminamos com a boca doce, pois os chocolates apoderam-se de nós e tudo o resto ficou...