sábado, 11 de junho de 2011

Como sair de Repente para Kagar?

Como sair de Repente para Kagar






P.S. - As duas cidades ficam na Alemanha.

O QUE VOCÊ PENSOU NÃO ME INTERESSA....É MERA INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Emprego: Desafios e Estatégias




BALANÇO DA JORNADA DE TRABALHO

Seminário “Emprego: Desafios e Estratégias” juntou várias entidades e mais de 90 pessoas para analisar e discutir a temática da empregabilidade.

Instituições de Matosinhos e do Porto realizaram iniciativa para apoiar a integração de formandos no mercado de trabalho

- Seminário decorreu no dia 19 de Maio, no auditório do CEFPI, no Porto

Instituições ligadas à área da formação – FOR-MAR, CFPSA e CEFPI – realizaram uma iniciativa que teve por objetivo facilitar a integração no mercado de trabalho de pessoas que têm investido na sua formação e que se encontram devidamente preparadas para acrescentar valor em qualquer organização. Assim, mais de 90 pessoas participaram no seminário “Emprego: Desafios e Estratégias” com a expectativa de poderem vir a tornar mais activo o seu esforço na pesquisa e conquista de emprego.
O Dr. António Pinto iniciou a sessão dando as boas-vindas a todos os presentes e agradecendo a todos aqueles que, direta ou indiretamente colaboraram nesta iniciativa, com especial destaque para o CEFPI, na pessoa da sua Directora, Dr.ª Olga Figueiredo, que graciosamente colaborou na cedência instalações que dirige. Para além deste destaque agradeceu igualmente aos representantes do CFPSA, Dr.ª Ana Almeida, e do FOR-MAR, Dr.ª Olga Vide todo o apoio prestado.
Esta jornada surgiu como culminar de uma actividade integradora no âmbito dos nossos cursos de Educação e Formação de Adultos de Nível Secundário. Foi destacado o papel de um formando (Daniel Lopes) que, após ter sido lançado o desafio de elaborar um cartaz para este evento, foi o vencedor desse concurso e que por essa razão, foi chamado ao palco para receber, da parte da equipa pedagógica, um prémio simbólico. Foi transmitida uma palavra de apreço para todos os outros participantes desse desafio, cujas propostas variadas, e algumas delas muito interessantes, nos prenderam a atenção e nos dificultaram a tomada de decisão final.
O Dr. António Pinto continuou o seu discurso de abertura explicando os objectivos deste encontro bem como a dinâmica do mesmo. De seguida partilhou com o público algumas ideias-chave associadas à temática deste encontro. A este propósito elencou algumas ideias-chave:
• Classificou o discurso político sobre o emprego como “hilariante, superficial, surreal e sustentado em premissas teóricas que pecam por não terem como base de sustentação, a realidade”.
• Continuou referindo que o desemprego é uma situação demasiado séria para ser utilizada como arma de arremesso política. Referiu que o mercado de trabalho tem estado em mutação! Por essa razão considera que a lógica face ao emprego tem obrigatoriamente que mudar levantando algumas hipóteses como: novas formas de redistribuição do lucro, novas e inovadoras formas de empreendedorismo, valorização da iniciativa individual, criação do próprio emprego, que terão de ser variáveis a equacionar.
• Acrescentou ainda que se assiste a um trabalho humano cada vez mais dispensável, e associa este facto a problemas graves de liderança. Olha-se para o trabalhador como recurso humano e não como ser humano. Este fenómeno, acrescentou, associado a valores cada vez menos éticos que em vez de valorizar a lógica do mérito, valoriza e encoraja a lógica do amiguismo e do compadrio, transformando o mercado de trabalho numa espiral de mutações cíclicas de emprego/desemprego, onde só os mais persistentes/capazes conseguirão sobreviver;
• Finalizou com uma palavra de esperança e coragem para todos os que se encontravam na sala, referindo que, continua a acreditar, que o trabalho sério compensa, e a luta, a persistência e uma atitude ativa e pró-ativa terá os seus frutos, podem até não ser visíveis a curto prazo, mas que um dia chegarão.
Terminou a sua apresentação com um pensamento de Henry Ford:

“O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar de novo com mais inteligência.”

Seguiram-se algumas breves frases dos vários representantes das entidades presentes, cujas palavras de encorajamento e enaltecimento da presença de todos neste espaço, simboliza nada mais do que vontade de mudança e um primeiro passo para adquirirem mais e melhores competências, melhores estratégias para enfrentar os desafios do mercado de trabalho. Assim, usaram da palavra as doutoras Olga Figueiredo, Olga Vide e Ana Almeida, respectivamente do CEFPI, FOR-MAR e CFPSA.
Entrando na jornada de trabalho/reflexão propriamente dita, a sessão começou com a apresentação do trabalho do Dr. António Pinto intitulado ”Percalços, percursos, emprego…” um case study sobre a experiência de trabalho e resultados alcançados com as iniciativas de Educação e Formação de Adultos (EFA) de Nível Secundário (NS) dos cursos de Técnico/a Administrativo/a. Esta apresentação teve como principais objetivos: relatar experiências em contexto de Educação e Formação de Adultos, avaliar resultados alcançados, refletir sobre a importância do trabalho desenvolvido, valorizar o impacto das iniciativas EFA, bem como, aferir dos impactos da formação no mercado de trabalho.
Segundo o estudo apresentado no seminário, 75 por cento dos formandos de cursos EFA NS do FOR-MAR conseguem entrar no mercado de trabalho num período de seis meses após a conclusão do curso, sendo que mais de 60 por cento destes empregaram-se nos primeiros três meses. Um outro facto importante é que a grande maioria dos formandos empregados conseguiu colocação na sua área de formação. Com ou sem ligação anterior à área de especialização, os técnicos administrativos que são “lançados” no mercado de trabalho procuram colocação nesta área (valor acima de 70 %), valor que enche de orgulho toda a equipa formativa que colabora no desenvolvimento das competências, quer de formação de base, quer nas tecnológicas dos formandos. Antes de finalizar, foram relatados alguns testemunhos de ex-formandos, cujos casos de sucesso de integração no mercado de trabalho mereceu destaque e espaço nesta apresentação. A atenção recaiu sobre o testemunho pessoal do ex-formando José Veiga, cujo percurso quer formativo quer profissional de sucesso, foi apresentado e partilhado com o público.
Seguidamente ao “cookie break” (gentilmente oferecido pelos formandos do CFPSA), usou da palavra a Dr.ª Olga Figueiredo (CEFPI) que ilustrou o tipo de trabalho que desenvolve naquela instituição com o público específico com quem trabalha, bem como as saídas profissionais e preocupações de inserção dos seus formandos no mercado de trabalho. Explicou de forma detalhada todo o trabalho do centro - Centro de Educação e Formação Profissional Integrada que é um centro de gestão participada, resultante de um protocolo entre o IEFP - Instituto de Emprego e Formação Profissional e o MADI - Movimento de Apoio ao Diminuído Intelectual, que desde 1981 promove respostas no âmbito da formação e emprego de pessoas com necessidades especiais, provenientes de toda a zona norte. Ao longo da sua existência tem contribuído para a melhoria da qualidade de vida e integração socioprofissional do seu público, interagindo com as famílias, o tecido empresarial e a comunidade.
A apresentação feita pela Dr.ª Olga Figueiredo, “Histórias no singular” baseou-se na apresentação de um pequeno filme onde mostrou todo o trabalho e acção desenvolvida no seu centro. Momento muito interessante que “prendeu” o público à cadeira e cujo sentimento geral parece ter sido no sentido do enaltecer e valorizar todo o trabalho realizado naquele centro.
O seminário continuou com a intervenção da Dr.ª Ana Almeida, intitulada – "PerCursos EFA - Em busca do mercado de trabalho perdido" que nos conduziu de uma forma mais ou menos “épica” pelos instrumentos/competências e preocupações que devem estar subjacentes a um “perfil” não só profissional, mas também de desenvolvimento pessoal e social associados a um qualquer formando num percurso de formação. Foi enfatizada a preocupação de se passar para os formandos esta ideia de formação integral do indivíduo como mais-valia para o sucesso na integração no mercado de trabalho. Acrescentou a interlocutora que esta é uma primeira preocupação e por vezes uma primeira batalha, um primeiro passo na selecção e encaminhamento dos formandos e a primeira desmistificação que é preciso efectuar, pois entende e é lógica do Centro, trabalhar essas duas variáveis de forma indissociável. De seguida foi proposto pela Dr.ª Ana um exercício que pretendia ilustrar esta sua ideia e que despertou em cada um dos presentes esta visão mais lata do processo formativo, no sentido de cada um “agarrar” todas as oportunidades que por vezes nos passam diante dos olhos e que, não estando despertos para elas, não as vemos. Seguidamente foi apresentado um testemunho pessoal de um caso de sucesso proveniente de um curso EFA NS de Técnico de Cozinha e Pastelaria, na voz da ex-formanda Nélia Coelho, que através de uma iniciativa de criação do próprio negócio, nos mostrou mais uma opção e uma nova forma pró-ativa de encarar o mercado de trabalho. Narrou-nos a aventura do seu percurso pessoal, profissional e formativo, este último que não terminou com o percurso EFA NS, mas que implicou um conjunto de formações de aperfeiçoamento que frequenta até hoje, e cujos “ensinamentos” lhe possibilitaram desenvolver o seu projecto de trabalho.
Com esta experiência deu-se por encerrado o momento de partilha da parte da manhã. A aventura seguiria após o almoço, agora com outra direcção, com diferentes rumos, diferentes possibilidades que se abrem aos nos formandos em final de percurso de secundário.

Na segunda parte, o seminário foi retomado com a apresentação, de diversas opções formativas de nível superior, o ISCAP, feita pela Dr.ª Zita Romero. Esta apresentação visava conduzir até aos formandos a ideia de que o percurso EFA NS não é necessariamente o fim, mas há oferta, quer seja de especializações, licenciaturas, mestrados ou pós-graduações, que podem ser caminhos a explorar, nomeadamente através da entrada nesse mundo pela iniciativa “maiores de 23” cuja procura e número de vagas tem vindo a aumentar. A Dr.ª Zita explicou esse processo e esclareceu as dúvidas que foram surgindo na plateia. Os cursos que despertaram mais interesse foram: Assessoria e Tradução, Comércio Internacional e Comunicação Empresarial (alvo preferencial dos formandos Técnicos administrativos) e o Curso de Gestão de Atividades Turísticas (alvo preferencial dos formandos de Cozinha e Pastelaria) cuja explicação do seu conteúdo e funcionamento, provocou um momento hilariante na sala, quando uma intervenção espontânea referiu “que aquilo que fazem na licenciatura, nós já fazemos no nosso curso de Técnico Administrativo”. Esse apontamento de alguma graça significou muito mais do que a mera piada e, tal como logo de seguida referiu o Mediador do Curso EFA NS Técnico Administrativo, Dr. António Pinto, este facto só vem provar o grau de exigência e seriedade que colocamos no nosso processo. Esta lógica de exigência poderá ser uma explicação para o sucesso no mercado de trabalho alcançado pelos nossos formandos, tal como foi referido na primeira intervenção do dia.
A Dr.ª Zita disponibilizou-se no esclarecimento de dúvidas que foram surgindo através de uma linguagem muito simples e clara, agradecendo o convite e disponibilizando-se para qualquer outra iniciativa do género ou similar.
A jornada encaminhava-se para o fim, não sem antes se realizarem dois workshops que visavam também eles dotar os formandos de mais e melhores competências para enfrentar o mercado de trabalho. Antes da divisão do grande grupo, o Dr. António Pinto procedeu ao encerramento formal deste encontro, agradecendo a presença de todos, convidados e participantes, na esperança de que tenha sido uma atividade pertinente, principalmente para estes últimos. Os participantes foram então divididos, mediante suas inscrições prévias, e encaminhados para os respetivos workshops.
Um dos workshops foi dinamizado pelo Eng.º Miguel Salgado e Dr.ª Gisela Ferreira, e a temática abordada consistia na “ “Elaboração do Curriculum Vitae On-line”. Contou com cerca duas dezenas de participantes com manifesto interesse no desenvolvimento de competências associadas a este tema. A sessão correu muito bem e os participantes mostraram-se ativos, curiosos e dinâmicos num percurso pela construção do Curriculum Vitae de Fernando Pessoa, cuja vida e obra serviu de base para a exploração desta temática. A sua exploração obedeceu a alguns objetivos de partida: o que é um curriculum vitae, quais os seus objectivos, quais os seus elementos essenciais. Para além desta introdução, foram desenvolvidas questões em torno da organização e cuidados a ter na sua elaboração. Feita esta introdução, o workshop excelentemente conduzido simulou a concretização de um curriculum baseado no modelo europeu (Europass), tendo sido fornecidas dicas no preenchimento de cada um dos seus campos. Certamente que todos os participantes saíram enriquecidos com esta partilha de trabalho, e verão este elemento decisivo para obtenção de entrevista de emprego com outra perspetiva.
A entrevista de emprego foi a justamente a temática central do outro workshop, dinamizado também de forma brilhante pela Dr.ª Ana Fonseca – “Como preparar-se para uma entrevista de emprego”. Contando com a presença de mais de quatro dezenas de participantes o objectivo central consistia em dotar os participantes de competências ao nível do saber-fazer, saber-estar e saber-ser numa entrevista de seleção de emprego. Percorreram-se as diversas fases de uma entrevista: preparação da entrevista, preparação de material de apoio à mesma, a importância do conhecimento da empresa/instituição, desenvolvimento de uma estratégia de marketing pessoal, bem como atitudes e comportamentos adequados na própria entrevista e ainda uma desejável reflexão pós-entrevista. Através de simulação e metodologias activas, os participantes constataram que todos os pormenores podem ser decisivos numa lógica de conquista de emprego.
Esta jornada finalizou com a sensação de dever cumprido, ficando a sensação de que estes momentos de partilha foram muito proveitosos e enriquecedores para todos os participantes. Muito obrigado a todos por fazerem parte do nosso sucesso!
Até qualquer dia, num outro qualquer lugar… estaremos por aí!

“ Todo o trabalho tem em si mesmo a sua misteriosa recompensa”. (Lerberghe)

António Pinto apintogeo@gmail.com

Cá fica a reportagem...