Bella Italia – geografia pela metade!
Nesta incursão por terras transalpinas a exploração centrou-se particularmente nas províncias da Lombardia, Veneto, Emilia-Romana e Toscana. Geograficamente falando, e o rigor profissional impõe-se, o Norte de Itália.
Nesta incursão por terras transalpinas a exploração centrou-se particularmente nas províncias da Lombardia, Veneto, Emilia-Romana e Toscana. Geograficamente falando, e o rigor profissional impõe-se, o Norte de Itália.
As crónicas iniciam em Bergamo, local da aterragem a baixo custo. Daí e já com um bólide entre mãos, o destino seria Verona – a cidade dos namorados!
Este local, foi declarado património da humanidade pela UNESCO por causa da sua estrutura urbana e arquitectura: “Verona é um maravilhoso exemplo de cidade que se desenvolveu progressivamente e sem interrupções durante dois mil anos”. Verona é um dos locais onde se passa a história da peça Romeu e Julieta escrita por William Shakespeare. No centro da cidade existe a casa onde, pelo que conta a história, Julieta morava. Este é um grande marco da cidade, e é por este facto que recebe a fama de cidade dos namorados. Neste espaço e numa arcada de acesso à dita casa, os namorados de todo o mundo podem, grafitar o seu nome e nesse espaço escrever juras de amor eterno.
Duas horas de percurso por entre o centro da cidade, são o espaço de tempo suficiente, para respirar o seu ambiente romântico, boémio e pitoresco, que numa bela tarde de verão, nos invocam o desejo de deglutir uma ou duas bolas de gellati tradicionalle, cujos sabores nos transportam ainda mais para a essência romântica da atmosfera envolvente. As ruas pedonais pejadas e turistas, encaminham-nos naturalmente numa torrente de gente até à sua praça central, espaço de excelências para uma birra, gelatti ou souvenirs!
De novo de volante entre as mãos, o tempo passava e o céu começava a escurecer. O relógio não parava e o destino seguinte ainda estava um pouco longe- Pádua. Esta cidade, tal como a anterior com cerca de ¼ de milhão de habitantes, é hoje a sede de uma antiga e prestigiosa universidade -Universidade de Pádua, a cidade apresenta inúmeros testemunhos de um rico passado histórico, cultural e artístico. Actualmente a cidade é um importante centro económico, e um dos maiores centros de transporte intermodal de toda a Europa, pela posição geográfica que ocupa (central no norte de Itália e a meio caminho de toda a grande faixa mediterrânica da europa), oferecendo uma vasta zona de serviços nas suas múltiplas zonas industriais.
Entre outras coisas, a cidade é conhecida internacionalmente por ser a cidade onde Santo António famoso franciscano (?português/italiano?),também conhecido como Santo António de Lisboa/Pádua. A data de sua morte, 13 de junho, é festejada pelos lisboetas e pelos paduanos como a festa do Santo.
A primeira jornada estava completa, restava o descanso para, no dia seguinte continuar para outros destinos.
Ainda com o gás todo e movido pelo encantamento/curiosidade do próximo destino – Veneza, lá se seguiu viagem com o volante do Renault Twingo de azul berrante a responder na perfeição. Viagem curta e eis que… Venezia. Entrada por Piazza Roma e uma visão única do Gran Canal. A cidade foi formada num arquipélago da laguna de Veneza, no golfo de Veneza, no noroeste do mar Adriático. Tornou-se uma potência comercial a partir do século X, no qual sua frota já era uma das maiores da Europa. Foi uma das cidades mais importantes da Europa, com uma história rica e complexa e um império de influência mundial comandado pelos doges, os líderes da cidade. Como cidade comercial, tinha várias feitorias e controlava várias rotas comerciais do leste do mediterraneo.
Geograficamente falando Veneza ocupa uma localização excepcional numa lagoa do Mar Adriático, a lagoa de Veneza.O principal núcleo da cidade, o seu centro histórico, é constituído por um conjunto de ilhas no centro da lagoa. A estas ilhas no centro da lagoa há que juntar outras no estuário e também na parte continental. A cidade está coberta por mais de 150 canais, cerca 400 pontes e mais de uma centena de ilhas, estando localizada entre a foz do rio Ádige (a sul) e do rio Piave (a norte). O centro histórico é totalmente pedonal, ou melhor pedonal/canal aquático.
Mas a geografia territorial não explica tudo e a geografia emocional é um precioso complemento neste caso particular. O lugar é… único! De certa forma indiscritível, de certa forma… impensável! Ao percorrer o labirinto de ruas, vielas, praças, becos, sentimos uma incrível sensação de…orientação desorientada. Sabemos que nos levam a algum lugar, mas não a qual! Sabemos que caminhamos em direcção a algo, a algo… novo, diferente e mágico. A atmosfera que se respira envolve-nos e conduz-nos sem direcção a um modo de estar e sentir novo e diferente. Fluindo nesta atmosfera sentimos que, algo de incrivelmente superior é o responsável por aquela criação. Há locais únicos no mundo e este é seguramente um deles! Para quem faz do planeamento urbano sua forma de vida, Veneza é também uma lição. O seu sistema de transportes é também ele único. O barco clássico veneziano é a gôndola, quase só utilizado por turistas. A maioria dos venezianos agora viaja em barcos motorizados (vaporettos) que fazem viagens regulares ao longo das rotas principais dos canais da cidade e entre ilhas. O movimento faz-se a um ritmo desconcertadamente fluído, sem engarrafamentos, sem acidentes e com um fluxo a todos os títulos fantástico, frenético! Se é possível eleger algo que se destaque, então sou obrigado a referir a famosa Praça de S. Marcos, a zona de Rialto e a romântica ponte dos suspiros. A primeira, cujo nível da água, oscila e ora a inunda ora a mantém a descoberto, é uma grande porta de entrada, um espaço grandioso, imponente, que consegue albergar uma quantidade, quase infindável de turistas. Sentimo-nos pequeninos numa espécie de plataforma sob a água, qual barco carregado de passageiros O que muitos denominam de “le plus élégant salon d'Europe”. A zona de Rialto é a zona comercial por excelência e o movimento é “assustador”. É a mesmo tempo o melhor miradouro sobre o grande canal, na sua ponte majestosa. A Ponte de Rialto é a ponte em arco mais antiga e mais famosa. Por falar em ponte termino com a ponte dos suspiros, local emblemático e símbolo do amor. Quem por baixo dela passa com a sua cara metade, beijando-a nesse preciso momento, está destinado a ela ficar preso para toda a eternidade! Românticos estes italianos… ou o turismo assim o obriga!
Nota final: não se viu por lá a Angelina Jolie e o Jonnhy Deep, mas tudo o resto estava por lá, incluindo a máfia russa! Uma tarde em Veneza podia ser o título deste roteiro, mas provavelmente a noite veneziana também está repleta de encantos.
Segue a viagem a viagem em direcção a Ravenna, mas… o trânsito obrigou a uma mudança de planos, sendo Pádua novamente o destino, para mais uma jornada de descanso. O dia seguinte adivinhava-se longo e os objectivos eram ambiciosos: Bolonha, Florença, Písa, Parma e Milão. Mas que jornada…será que o brilhante Twingo azul berrante (agora cheio de insectos na parte dianteira) iria aguentar? Claro que sim…bastava apenas colocar benzina!
E lá fomos nós… litros de H2O na mala e segue a viagem até Bolonha. Nada a dizer sobre o local e o sentimento (de alguma desilusão) convidou-nos a seguir até Florença. A caótica Florença (em termos de trânsito, entenda-se) é considerada o berço do Renascimento italiano, e uma das cidades mais belas de Itália. Tornou-se célebre, também, por ser a cidade natal de Dante, autor da "Divina Comédia", que é um marco da literatura universal.
A Grande Catedral de Florença, também conhecida como Tempio Maggiore ("Templo Principal") é considerada uma das mais belas da Europa. Destacam-se também as diversas e belíssimas catedrais de épocas e estilos diferentes. A cidade também é cenário de obras de artistas do Renascimento, como Michelangelo, Leonardo da Vinci, Giotto, Botticelli, Donatello, entre outros, que nos espreitam a qualquer canto. É ainda conhecida pela cidade dos Médicis, cujo capital proporcionou a grandiosidade e diversidade do local. Neste destacam-se a “Ponte Vecchio” (Ponte Velha) é uma Ponte em arco medieval, famosa por ter uma quantidade de lojas (principalmente ourivesarias e joalharias) ao longo de todo o tabuleiro. Destaca-se também a “Galleria degli Uffizi”, que abriga um dos mais famosos museus do mundo, e cujas filas de entrada não faziam apelo ao convite. De referir ainda a “Basílica di Santa Maria del Fiore” é a catedral, ou Duomo. É uma das obras da arte gótica e da primeira renascença italiana, considerada de fundamental importância para a História da Arquitectura, registo da riqueza e do poder da capital da Toscana nos séculos XIII.
Percorrer Florença, ou Firenze soa a pouco, para um só dia. Permite visualizar os edifícios, porém entrar dos mesmos obriga a uma espera grande que não se compadece com um plano de viagem tão auspicioso. Segue-se Pisa… aí vamos nós (des)inclinar a torre! Carregar no acelerador, pois o caminho faz-se caminhando! Pouco tempo depois, após umas trincas numa fruta da época, aproximamo-nos do destino. O dia já estava longo e nada melhor que um gellatti (começa a fazer sentido o dito: um gelado por dia dá força e alegria!) e … que visão! A torre não é pequena e, segundo, aquilo é uma inclinação bem jeitosa! Mais uma vez o visto na realidade, supera as imagens mentais que produzimos ou que nos tentam “vender”. Só a realidade nos dá uma perspectiva real e impressionantemente realista da imponência de mais este monumento. Mais uma bela surpresa neste tour pela bella italia. A Torre de pisa, esta imponente obra de cerca de 55 metros de altura, com cerca de 16 mil toneladas tem actualmente uma inclinação de quase 4 graus, fruto de obras recentes, mas a sua inclinação chegou a ser de 5,5 graus.
Pisa é…isto! A Torre e todo o espaço envolvente (catedral de Piza e grande Praça). Como curiosidade geográfica de referir apenas que no dia anterior molhara os pés no mar adriático, agora, deixo-me inundar pelo mar da Ligúria (de costa a costa, como dizem os americanos no seu dicionário de basquetebolês). É chegada a hora de rumar novamente para o interior, atravessando desta forma montanhas íngremes que nos levam da capital do mármore até Parma (só de passagem, pois a noite acontecia e uma tempestade parecia vir a caminho, era o que diziam os inúmeros relâmpagos), até Milão, onde finalmente iriamos poder descansar… Porém tal não aconteceu! Um problema geográfico (orientação pessoal, aliada a uma penumbra nocturna e a uma chuva constante) fizeram com que o hotel de destino apenas fora encontrado 3 horas depois da chegada a Milão!!!! E apenas com a ajuda de uma taxista que nos guiou até lá, apenas por 25€! Muitas razões podem explicar esta incidência: a noite, a chuva, a imensidão de Milão e a minha teimosia que a cada passo que dava sentia que o local de destino estava muito próximo…eu sentia-o! Claro que ter levado um GPS tinha dado jeito… estúpido! Porra… Milão é enorme! Não o sabia…nem me tinha preparado devidamente. Desculpas geográficas…
Finalmente chegado ao destino…tinha uma brasileira a minha espera no hotel! Valha-me ao menos algo de bom! Entenda-se… na recepção do hotel, o que após tantas horas de cansaço, foi muito reconfortante não ter que arranhar/maltratar o italiano e … desabafar algumas asneiradas na língua de Camões!
Passada a turbulência da noite anterior restava continuar o plano traçado. Dar um salto até à fronteira suíça e descansar um pouco nas margens do lago Como. Depois das horas anteriores, a tranquilidade impunha-se e este revelou-.se um bom local para o efeito.
Embora sem o encanto do Inverno, tranquilizante q.b. para amainar o espírito. O roteiro seguia conforme o plano traçado e agora o destino era Milão. Com algumas reservas (fruto da experiência recente) impunha-se colocar de lado os receios e ir de peito aberto.
Milão é conhecida mundialmente como a capital do design, com maior influência global no comércio, na indústria, música, desporto, literatura, arte e media, tornando-se uma das cidades principais do mundo. A metrópole é especialmente famosa por suas casas e lojas de moda (como a Via Montenapoleone) e a Galleria Vittorio Emanuele na Piazza Duomo (o shopping mais antigo do mundo). Uma cidade internacional e cosmopolita e a sua Área Metropolitana tem cerca de 8 milhões de habitantes. Para além do ambiente marcadamente citadino, que é a pedra de toque da cidade, destacamos a Catedral de Milão (Duomo di Milano) situa-se na praça central da cidade de Milão é uma das mais célebres e complexas edificações em estilo gótico da Europa.
Destacamos ainda a igreja de Santa Maria delle Grazie famosa pela pintura “A Última Ceia” de Leonardo da Vinci, que foi pintada na parede do refeitório do convento. Destacamos ainda o Castello Sforzesco que é conhecido pelo castelo de Milão.
Actualmente acolhe várias colecções dos museus e galerias de arte da cidade, para além de nos deliciar com um frondoso espaço verde, convidativo a um descanso.
Regresso a Bergamo, entre mais uns geladitos e quase, quase a perder o avião de regresso!
Em suma… este périplo pelo norte de Itália foi bom.
1300Km depois fica a sensação que estará para breve a parte sul.
Qualquer dia… quem sabe!
Nunca esquecer:
"Não somos nós que fazemos as viagens, são elas que nos fazem a nós!
Isto... já ninguém me tira!