Triste este meu país…
Portugal à beira mar plantado reúne
encantos diversos, belezas sem igual, potencialidades imensas e… um povo
triste, amorfo, desanimado e sem esperança.
Eu, enquanto português, incluo-me
nesse grupo e lamento pertencer a um país que me amassa os sonhos! Nada que
abale o meu orgulho luso e nada que me leve a cruzar os braços, embora essa
tentação se faz sentir, a cada dia que passa, cada vez com mais vigor! Mas, já
quase sem forças, resisto e grito (apenas dentro de mim) e luto (apenas na
minha consciência) e trabalho, trabalho, trabalho (escape para a rendição) e
vejo um futuro tranquilo cada vez mais longe! Sou refém de uma elite (não diria
parola, mas oportunista) que condiciona o meu dia a dia e me arrasta, numa
lenta agonia, em direcção à desilusão.
No meu quotidiano lido com
pessoas, seres vivos diversos (alguns não pessoas) cujo espírito carece de ânimo
e que, apesar da capa que envergo, me vai moldando os pensamentos e,
lentamente, me vai conduzindo para uma maré global recheada desânimo. Trabalho
com jovens, que olhando em frente, nada enxergam, nada definem, nada traçam…também
eles, são já, parte dessa enorme maré!
Que fazer? Não sei! Mas sei… que
não irei por aí (José Régio)! Continuarei trabalhando, lutando para que o meu
microcosmos continue desfilando com classe! Continuarei resistindo para que
possa ser a esperança para quem me dá valor! Continuarei sonhando para que
possa ir vivendo! E continuarei a sonhar, sonhar, sonhar…pois, provarei que,
neste país que insiste em me amassar os sonhos, vai sair a perder com o meu
triunfo, com, a minha atitude, com a minha garra!
Para todos os rostos sem rosto,
que me travam nesta caminhada, apenas os aviso… preparem-se, armem-se até aos
dentes, é bom que estejam preparados…pois não respondo pelos meus sonhos…
apenas existo para os viver! A eles tudo devo, e neles encontro a força
necessária, para remar contra a maré.
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!
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