Porquê exigir qualidade? Qualidade em quê? Onde? Para quê?
A resposta a estas questões podem ser respondidas do ponto de vista teórico recorrendo a diversas perspectivas filosóficas. Irei tentar não recorrer a elas, buscando um discurso mais "terra a terra".
Parto de duas premissas para esta divagação:
1) "Para quê fazer as coisas bem feitas, se as podemos mal e com menos trabalho!"
a) não há a garantia de que fazer as coisas mal se demore menos tempo e que dê menos trabalho ... Não é de todo correcto, se as tivermos de repetir! Bem sei que por vezes fazemo-las mal e ... ninguém dá por isso ... se assim é ... óptimo, pois estamos a dar na medida do que recebemos. Mas será correcto? Não! Entramos numa espiral de erro e seguimos numa torrente de disparates. Qual a solução? Erguer a cabeça acima da multidão e nos distinguirmos pelo que fazemos. Já alguém disse um dia: "É fazendo o que fazemos que nos tornamos o que somos".
b) procure fazer um excelente trabalho! Porquê? Corremos menos riscos! Se apresentarmos um excelente trabalho... nem que tentem, não haverá a possibilidade de nada nos apontarem, logo temos uma vida mais tranquila, com menos stresse, com menos preocupações ... enfim ... começamos a saber viver!
2) "Exigência... é dar o melhor de nós mesmos ao mundo"
a) De que vale a pena queixarmo-nos se ... nada fazemos para deixar a nossa marca. Bem sei que não é fácil construir! Destruir é tão simples ... Será que somos cidadãos responsáveis e exercemos cidadania? NÃO, levamos uma vida tão ocupada que nem temos tempo a perder com aquilo que é ... necessário! Como exercê-la? Deixar um rasto de trabalho que sirva de exemplo para outros ... pode ser um caminho. E como se faz isso? Fazendo bem! Bem sei que fazer bem ... sempre ... não é possível, mas fazer bem muitas vezes é, pelo menos, desejável!
b) Exigir o quê? Exigirmos a nós mesmos que estamos a dar o melhor de nós mesmos aos outros. Não é ser exemplo, nada disso! É mostrar que somos humanos, que fazemos coisas bem feitas, que nos preocupamos, que queremos dar sem a preocupação de nada receber, que ... erramos também! Não há modelos, existem sim referências ... e isso temos obrigação de procurar ser.
Vamos contrariar a corrente do "deixa andar", do "que posso eu fazer", do "é sempre a mesma coisa", do "não vale a pena", do ....
Podemos não chegar à perfeição, mas temos o direito de a buscar ...
Podemos não chegar à perfeição, mas temos o DEVER de a buscar ...
Podemos não chegar à perfeição, mas temos a OBRIGAÇÃO de a construir ...
Sem comentários:
Enviar um comentário