sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Viagem ao Mónaco!

No final do mês passado desloquei-me até ao Mónaco. Não, não fui à procura da "princesa dos plebeus", com o intuito de "arranjar" encosto, até porque ela simpatiza com casos humildes, não com casos perdidos - como os professores. Ela ainda não desceu tão baixo.
Voltando à viagem. Foi um destino que se carecterizou por um misto de delícia e desconforto. Passo a explicar: vindo de Itália e ao desfazer uma curva temos ... uma cena idílica. Algo monstruoso, tão bem encaixado na paisagem. Continuando por estradas estreitas e sinuosas percorremos um "desfile" de pérolas de arquitectura de requinte, de limpeza, de classe, até chegarmos ao centro, que, guarnecido com as decorações de Natal, nos deixa boquiabertos. Casino, Hotel de Paris, ... são apenas tapetes de desfile de Ferraris, Mercedes ... e pessoas (estranhas) de um mundo que não é o meu. Aqui, entra a parte do desconforto! Depois de ter realizado um sonho de menino - dar uma volta no circuito F1 do Mónaco- e visto o tempo não estar muito de feição a grandes jornadas a pé, entrei num outro planeta, digo mundo, digo outra dimensão, algo ... o shopping central do casino. Este local irradia luxo, mais, é muito mais do que irradiar é inundar. E então é ver um desfile de inúmeras raças caninas (sim este shopping permite a entradas dos cães, mais do que permite, é o espaço para eles por excelência!!!), pessoas estranhas (adolescentes "à caça", magnatas "multi-acompanhados" e um ou outro curioso (como eu) que se tornava, rapidamente, o centro das antenções. Sim, porque ali o anormal era eu!!! (não estranhei muito sendo eu professor)


Este local tem um denominador comum - exagero!
Voltando ao roteiro. O Mónaco tem requinte, segurança e estatuto. O principado é controlado por um circuito de vigilância vídeo, que faz com que seja desnecessário a presença policial nas ruas. Passo a explicar, a vídeo-vigilância é tão eficaz que, em segundos, ao cometermos algum acto mais "suspeito", rapidamente nos rodeiam as forças. Não existem mendigos, não se vendem artefactos na rua, nada! As ruas são para serem vividas sem qualquer obstáculo! São uma "passerelle".
O espaço urbano com tão grande densidade funciona! Sentidos únicos, viadutos, tuneis, rotundas em tuneis ... são elementos de um mosaico que encaixa, faz sentido e dá coesão à mancha urbana! O circuito F1 é único e a recta da meta, a curva do casino, o tunel da marina ... ganham um contorno diferente ... ao volante! Sim fui de Mercedes ... não ía ao Mónaco de Citroen (corria o risco de ser interceptado à entrada e perguntarem-me se não estaria enganado, passe o exagero). Não, mas de Mercedes (alugado, claro) foi diferente. Era muito diferente de todos os outros "bichos" (carros de alta cilindrada e ruidosos, assim apelidados pela minha filha), mas era um Mercedes ...

Estava a anoitecer e um temporal de primeira, pelo que foi o momento de cair na real e voltar à estrada e ao mundo real! Mas o sentimento vivido neste local foi tão ... "estranho" que começou a formar-se a vontade de lá voltar no dia seguinte. E assim foi! No dia seguinte lá fui outra vez, desta vez via Nice. Mas deixo uma sugestão! Entrar no Mónaco pela porta grande é vir do leste, vir da fronteira com a Itália. O sentimento é outro. Irei outra vez a Mónaco? Com toda a certeza! Foi um bom exercício de cidadania!

Boas viagens!

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